domingo, 30 de novembro de 2008

Página Branca

-Se tens algo a dizer, diz agora!
(silêncio)
Ele acabou de sair daquela porta, sem proferir uma única palavra. Ryan, viveu a vida que sempre sonhou até chegar aquele dia.
Um escritor fantástico que sabia sempre o que escrever, sabia ordenar as palavras e escolher o melhor tempo para que a história fizesse sentido. Esperava o barulho das ondas e que a rebentação lhe trouxesse as frases acertadas que tornavam a composição maravilhosa.
Na vida tudo é feito de composições, incluindo nós próprios. Para nos completar, existe uma alma que nos está predestinada. Ele acabara de descobrir a sua alma.
A paixão que o move prende-lhe os passos. Faz com que actue sem pensar e com que não faça o que lhe compete. Erra na natureza e confunde-se pela floresta de sentimentos.
Não foi amor à primeira vista, mas esteve perto. Ficou com aquele sorriso e aquele olhar gravado para sempre. O coração jamais parou, e sempre que está com ela, não se importa com mais nada.
A noite envolve-o e ele não sabe o que fazer. Está a pensar cometer uma loucura, mas por outro lado pergunta-se a si mesmo se valerá o esforço. Mas, arrisca.
A viagem é curta e o tempo também. Aquilo que os dois viveram foi mais forte para ele. Não se pode dizer que Samantha lhe deu sinais, ou que lhe deu a entender algo, antes pelo contrário, a vida dela tem um passado complicado, e ele, por infortúnio do destino, apaixona-se sempre por pessoas assim.
Talvez por não conseguir escrever mais, talvez por pensar que tudo é simples e desse modo, uma força divina fazer-lhe perceber que nesta vida também há dificuldades.
Ele não consegue falar, não lhe consegue dizer aquilo que sente. Pegou, mais uma vez, numa folha de papel, mas não conseguiu escrever. A caneta ficou ali estagnada e quieta.
Mesmo assim, os passos iam acelerando, o caminho já nem precisava de atenção, era seguido como se fosse a sua casa.
Ela abriu a porta e ficou surpresa por o ver.
O diálogo foi-se acentuando. Mas ele não conseguia dizer.
Despediu-se e virou costas, e nunca disse nada. Não disse porque não conseguia. Talvez precisasse ele de ajuda. Sonhava Ryan que ela lhe dissesse tais palavras, que ela lhe perguntasse ou fizesse um ultimato. Aquela frase “Se tens algo a dizer, diz agora!”, é apenas da sua imaginação. É a chave para a sua escrita e a chave para a sua fala. Se ela proferisse isso, seria como o mar trazer de volta as palavras para ele escrever, seria como a maré a encher trazendo vida do mar.
Hoje, fica ele a ver o por do sol sozinho, a sonhar.
Amanhã, ele vai regressar e quem sabe, a magia resulte.


[Foto by Cra]

4 comentários:

Anônimo disse...

I need you*

Anônimo disse...

bom texto...mas nao uma boa historia... palavras k nao se dizem sentem-se!!!! momentos muito dificeis de escrever....

Anônimo disse...

bom texto...mas nao uma boa historia... palavras k nao se dizem sentem-se!!!! momentos muito dificeis de escrever....

Kika disse...

A magia resultará, quado ele se deixar envolver pelo por do sol de uma forma mágica...
Beijokas

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