Sabes irmão, fui passar este fim-de-semana lá à tua terra, ao porto, fui passar na companhia da família. Foi o aniversário do avô, já lá vão 78, e este era simplesmente mais um.
O que eu não tinha reparado, era a falta que tu fazias. Claro que quando não percebemos o mundo à nossa volta, há coisas que nos escapam e, desta vez, percebi uma coisa, sem ti as coisas não são as mesmas.
Claro que todos nós sabemos que a vida é mesmo assim, nem sempre podemos ter as coisas da nossa maneira e nem sempre pode ser como queremos, temos de nos sujeitar às coisas da vida. Já não era a primeira vez, é verdade. Já viajaste muitas vezes, já estiveste ausente, como todos nós. Mas desta vez, senti mesmo a tua falta.
Era o ver chegar a Marta e a Iara e ficava a olhar para trás, mas depois lembrava que tu não estavas. Aqueles momentos em que todos se riam e todos lançavam a sua gargalhada, eu faltava uma pessoa com quem me rir. Simples palavras como as do Stephane, «por algum motivo somos irmão», isto quando falava do Bruno, e o meu irmão não estava ali para eu poder comprovar que por algum motivo eu era teu irmão.
No discurso do avô, senti as palavras sentidas dele, e mesmo quando falei com o pai, ele disse o mesmo que eu, «é obvio que todos sentimos a falta dele, mas são coisas da vida, hoje é ele, amanhã és tu…». Mas, enquanto ele dizia isso, eu via nos seus olhos um avermelhado de contenção, era o peso de vontade de chorar que não conseguiu controlar no dia em que lhe fizemos aquela surpresa.
Olhando para trás, só tenho boas recordações, só tenho sorrisos, tenho um mundo hoje muito parecido ao teu, porque sempre te achei como um ídolo, um caminho a seguir, para mim eras aquele irmão mais velho ideal, que me dá muito prazer e gosto.
No fim de tudo, são estas coisas boas que me fazem dizer hoje, que és alguém muito importante para mim, tal como grandes pessoas da família, mas naquele dia, foi de ti que eu senti falta, foi de ti que me lembrei quando a Iara sorriu, foi de ti que me lembrei quando o pai falou e foi de ti que me lembrei quando ninguém me acompanhava a beber aquele doce champanhe.
Abraço sentido e muito forte deste teu mano,
Vítor.
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