Os dias vão passando e estes dois continuam na mesma. Ryan está cada vez mais consciente do mundo em sua volta. Nada o assusta.
No topo daquele lugar, olhando a cidade, sozinho se questiona:
- Porquê? Porque é que tem de me acontecer isto a mim? Que mal fiz eu para merecer esta dor?
No silêncio, cala-se, e pára a olhar para a cidade que lhe fica a seus pés. No fim da noite ele chora sozinho por ainda não conseguir fazer nada do que fazia. Acorrentado a um amor que lhe bloqueia os sentidos, adormecido entre névoas distantes.
Ele só queria poder, pelo menos, escrever. Queria desabafar, deixar numa folha aquilo que sente ou quiçá, aquilo que pensa.
Será que pensa?
Não, ele já não consegue mais pensar, apenas sentir. Apenas reage por instintos. Apenas segue um nome, Samantha.
- Calma, eu estou aqui!
Olhando para trás, Ryan não vê ninguém. Novamente escuta aquilo que quer ouvir, regressa a imaginação do impossível. Cabisbaixo, volta novamente o rosto para a cidade. São luzes brilhantes como cada um de nós, mas mesmo para cada um de nós, há sempre uma luz que brilha mais que todas as outras.
Regressa a casa, e senta-se na sua secretária, aquela folha em branco permanece ali, sem se mover, sem tinta, sem cor, sem vida.
O máximo que consegue fazer é pegar na caneta e ficar a olhar. Não sai dali, as situações não permitem que ele consiga responder às leis da física.
Nesta noite, Ryan volta a sentar-se numa cadeira olhando o infinito, esperando que um milagre aconteça.
[Foto by Galen Joseph Thoreau]
2 comentários:
sim sem duvida...o amor bloqueia os sentidos!!!!!!!!!! existem tantas luzes na nossa vida... isto dava um testamento de luzes.... mas a minha principal é akela k me guia*** a minha estrela**
Mais um belo texto.. Decerto que o Ryan vai conseguir escrever tudo o que o coração dele diz...com o tempo =) Beijinho*
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