As folhas colam-se ao chão como o vício nas pessoas. As palavras torturam os sensíveis e os oprimidos já não têm vontade de gritar nem de se revoltar.
Os traços dessa tela são esboço de um artista singular. Todos somos pequenos átomos que causam grandes doenças. Somos o vírus da vida terrestre e estamos a acabar com o sol, com a lua e com os planetas.
O Universo só é intocável porque está demasiado longe, mas o céu é a casa onde muitos querem viver.
Já nada existe. Nem certezas, nem dúvidas. Acabaram-se as esperanças e os valores mudaram. A água evaporou-se e os livros foram queimados. Os filmes morreram e os carros desistiram de andar.
A cadeira de rodas que te guia perdeu a noção do tempo que custa vender o mundo. O tempo que demora para se encontrar um local, um lugar, um lar.
A roupa que vestes não existe, são imagens de um olhar que acredita naquilo que quer e não acredita na realidade. Para ele a realidade é um mundo pintado de crenças e feitiços de comunidades que ludibriam a nossa alma.
Nesse tosco correr, foges da saudade e da velhice. Lutas contra a dor e tendes em apagar o passado. Uma cruel infância que jamais queremos lembrar.
No instante em que se decide uma coisa é assim que o mundo fica à nossa volta, um mar confuso e sem sentido. Há coisas que não são complexas mas elementares.
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