segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Próxima Camioneta

Já não sei o que dói mais, se é estar contigo ou sem ti. Já nem sei o que custa mais, se é ver-te chegar, se ver-te partir.
O coração irradia sangue por um corpo que treme ao saber que pode ficar sem ti, pode perder-te para uma eternidade sem fim. Feito de compromissos e forças que excedem limites, mas, na hora da verdade, fraqueja como uma borboleta no meio de uma tempestade no alto mar.
Estou tão perto que parece que tudo vai pegar fogo. O sol está demasiado próximo de nós e eu sonho com tanta coisa que perco a noção da realidade.
Sinto o respirar dessa tua boca que soletra palavras carinhosas a cada manhã.
Agora, já não estou só. Vivo entre estas almas que não reparam sequer nos meus sonhos. Vivo entre pessoas que não sonham mas perdem-se no mar da vida e em pensamentos tão profundo como as águas de um Oceano.
Tão profundo como mais uma historia que acabo de magicar. As palavras (tuas) da noite passada não me saem da cabeça. Já não consigo respirar. Já não sinto.
O tempo circunscreveu um limite entre nós. Vamos quebrá-lo. Mas não posso! Descobri que esses sonhos só são feitos com duas vontades. Duas vontades intrínsecas e similares. Duas almas que juntam os seus corpos sob um sentimento maravilhoso.
Aquilo que eu quero não vale de nada se não quiseres também. Aquilo que eu vivo não vale de nada se não partilhar contigo.
Quando acordar desse sonho, lembrem-me do sol que me bate no rosto. Lembrem-me que há uma paragem nova e a camioneta dos momentos está a chegar. Estarei pronto para partir.

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