Há quanto tempo aí estás? Não reparei em ti…
As minhas sinceras desculpas. Mas às vezes pareces-me invisível, por vezes não noto mesmo a tua presença. Estou tão familiarizado contigo que encubro a realidade de te ter aí com o facto de não te ter.
Preenches-me o vazio e lutas pelo espaço, som e imagem de uma breve temporada que morre com um clique. Nesse momento o silêncio apodera-se de uma imensidão que ocupa o negro de um lugar dentro de mim.
Como fumo negro que turva a minha visão, fazes a ilusória controvérsia entre um penhasco em chamas e leveza de um luar. Queimas o rosto de um simples objecto que poderia ser o começo de uma vida.
O sentido que as coisas não têm, passa a ser possível com a tua invasão. Sem permissões nem rodeios, encolhes-lhe para dormir num espaço tão próprio e comum que volto a frisar, torna-se imperceptível à minha alma.
Querida, vou-te abandonar porque não te gosto. Quando queres as coisas à tua maneia, então é como desejas, tu ficas e eu vou.
Adeus minha televisão.
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