No escuro sinto o ribombar dos tambores, um tremor de uma alma jovem que vive na ansiedade.
O futuro é curto para se poder esperar. Nesta paragem sinto vontade de correr, arrancar com toda a velocidade e querer chegar primeiro. Há um velho que me agarra e diz:
- Ainda não, ainda é cedo.
Fito-o em fúria por ter razão, mas mantenho-me calado. Esperar é o segredo do sucesso mas o sangue que percorre este corpo é demasiado veloz para paciências. É um mártir ouvir os violinos e os carros chiar a adrenalina das emoções à flor da pele sem que se faça nada.
Hoje não me posso calor, sou a juventude que vai mudar o mundo. Talvez seja o homem que o vá destruir mais um pouco. Sim, já concordo mais com isso.
Contudo, tenho fôlego para chegar longe, mais longe do que penso. Só quero fugir, mas fugir de quê?
Não há que temer, não há dívidas, apenas dúvidas. Uma letra torna-se tão importante mas é sempre esquecida no dicionário. Talvez seja isso que os humanos estão a fazer uns aos outros, a esquecerem-se do que realmente importa.
Cada um de nós tem olhado demasiado para o seu próprio umbigo. E poderia dizer que era hora de olhar mais para a frente. Só que à nossa frente resta um lago enorme e o fim do mundo. Lá ao fundo vejo uma luz.
Uma bonita luz que me atrai e aproxima-se. Tão linda! Isto é o céu?
- Não meu rapaz! Isto é o nosso mundo...
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