terça-feira, 10 de maio de 2011

Estrela Cadente - Parte 9

Estrela Cadente - A história de um breve sonho

Parte 9

- Malta, esta é a Sara…a minha namorada!
A notícia surpreendeu todos lá em casa. É certo que cada um vivia a sua vida mas sabiam todos uns dos outros. Era parte de morar numa casa de rapazes, há coisas que se partilham e eles viviam muita coisa juntos. As saídas nocturnas eram dos momentos que mais gostavam de viver. Daí ter conhecimento da Joana, que de certa forma, foram eles que apresentaram ao Kevin e ela já era amiga deles há mais tempo.
- Olá! – Sara meio envergonhada ia cumprimentando cada um deles.
- Este é o Marco, o Hélder, Júlio e o Daniel. Se não te lembrares de algum dos nomes não faz mal, é normal.
- Olha, nós ‘tavamos a pensar em ir ao Bowling no Fórum, vocês querem vir? – Era o convite do Daniel assim repentino.
- Que achas Sara?
- Por mim, tudo bem.

Depois de estar tudo pronto, seguiram para o Bowling e tiveram uma noite divertida. Kevin e Sara tiveram os seus momentos de ternura e os olhos de ambos entrecruzavam-se proferindo palavras proibidas. Palavras de desejo.
Para o dia seguinte tinham combinado ir até Praia de Mira. Passar um pouco do dia e depois seguirem até Aveiro. Estávamos na altura da Feira de Março e como a Sara estudava lá, até calhava bem que eles ficavam lá depois. Nada premeditado, meras casualidades que irrompem no destino.
No dia seguinte estavam prontos e sorridentes. Seguiram viagem sem o Hélder que não os pôde acompanhar. Na viagem, enquanto os outros três falavam entre si, Sara e Kevin cochichavam coisas, só os dois. Trocavam impressões e ideias num mundo à parte. Parece que não estava mais ninguém naquele carro, eram só eles.
Os sorrisos espalhavam-se e cada vez mais se tornava especial. Cada momento e cada segundo. Era parte de uma história que não se podia escrever.
Assim que chegaram, invadiram o areal. Kevin e Sara sempre mais distantes do resto do grupo, sempre com a sua cumplicidade, viviam no seu mundo e estavam ali a amar-se.
Depois de Mira, o destino era Aveiro e a Feira de Março. Muita gente, muito por onde passear, exposições e diversões. Foi no meio da multidão que Sara reencontra alguns amigos de Aveiro e bom, como tudo deve ser feito de momentos partilhados, Kevin deixa os seus amigos e fica agora com o grupo de Sara. Isola-se um pouco por não conhecer ninguém e não estar a par das conversas deles.
Assim que terminaram a visita na Feira, decidiram ir à escola. Apenas para lhe mostrar a Kevin onde ela estava a estudar e onde passava grande parte do seu tempo. Ali lhe mostrava a razão que a impedia de ir mais vezes a Coimbra.
- Este é o anfiteatro onde organizamos os melhores concertos. Aqui é onde tudo acontece.
- Parece-me confortável, deve ser mágico estar no palco com o calor do público, não?
- É muito arrepiante, mas ao mesmo tempo, vivemos disso, precisamos disso.
- Aquilo é um Piano? – Questiona Kevin apontando na direcção do palco.
- Sim, é onde ensaiamos a voz e fazemos testes.
Kevin esquece o que ela diz e deixa-a ficar para trás, segue na direcção do Piano e senta-se, começa a olhar para ele e de repente sorri. Olha para ela e esboça mais um sorriso, arregaça as mangas e começar a tocar. Uma melodia de Yann Tiersen, oito milímetros.
Sara fica boquiaberta e só após algum tempo se dirige para o pé dele. Cantarolando apesar de a música não ter voz.
- Porque é que nunca me contaste que sabias tocar?
- Não sei, é uma liberdade minha, algo meu, penso ser um pouco egoísta e pensar que tenho direito a um pedaço que não é de mais ninguém.
- Mas…onde é que aprendeste?
- Há uns anos, fui convidado para entrar numa escola de música, seguir algo relacionado com a área mas não aceitei. Queria era viver e não seguir pautas estúpidas com pintas pretas que me causam raiva. Não gosto que me entreguem linhas por onde tenha de seguir, prefiro coisas que tenham mais liberdade. É por isso que apenas toca para mim, por liberdade, porque me faz sentir bem, sem saber pautas ou escalas.
Sara nem queria acreditar, aquilo era mágico, tremendamente especial. Não podia ser verdade.
- Escuta, tu mereces isto. Esta vai ser a música que te vou dedicar.

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