Começas a sentir um peso da responsabilidade de ter. Um ter de quem nada tem, um medo de quem nada teme. Já não há asas nem dragões, resta o mar e as ambições. As histórias de antepassados e a cultura que nos deixaram os antigos.
Esta caneta perdeu tinta e escreve mal, esta folha é uma árvore morta que me poderia estar a salvar a vida. Um dia vou morrer justamente por assassinar a minha própria espécie.
Sinto-me a voar, por nuvens e raios de sol, mas já não sei planar. As forças não me pertencem e a história não se repete. Nada é igual e tudo é feito de novo, tudo é novidade, tudo é actual.
O meu amor já é antigo e não é de ninguém. São esses ligeiros sentimentos que me fazem ter medo dentro de uma carcaça que começa a ficar cansada de não viver a juventude.
Por vezes, vivemos depressa demais e pensamos que nada vivemos. Mas se olhares para trás e não sentires o tempo, se olhares e tudo te parecer tão distante, mesmo que ontem, então estás a viver o suficiente.
Ser jovem é flutuar na força de uma insegurança que faz pensar que nada temos a perder. E não temos mesmo. Essa parte é a melhor, por isso, o risco é tremendamente brutal e aliciante. Quem não arrisca sabendo que nada perde.
Ninguém perde nada já que não podemos dar as coisas como garantidas. Eu quero viver uma vida a conquistar, mas preciso ainda de muito aprender. Conquistar novos rumos e novos sorrisos até que um dia esse seja o meu. A minha doce seda com o seu único sorriso que me contagia corpo e alma.
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