sábado, 5 de novembro de 2011

Rosto sem nome

As luzes estão acesas mas tudo parece apagado. Vivo neste palco e sou o rosto para milhares de flashes e lentes que produzem dinheiro fácil. Não lhe chamem trabalho a uma paixão – chamem sorte por estarem felizes fazendo aquilo que vos completa.
Já eu, sou apenas um rosto, sou um humano. Deveras ninguém me aceita como tal. Na era das máquinas o meu rosto é apenas uma imagem e já não resta espaço a sentimentos, ambições e emoções. O que resta é a crítica avassaladora que enlouquece corações. Os consumidores tornaram-se exigentes e ao mesmo tempo estão a ser facilmente controlados.
Vivemos a sociedade do comodismo e este povo aceita qualquer coisa. Aceita exigir a porcaria seleccionada a dedo por eles.
Quando esta juventude acordar será tarde demais e o que mais me preocupa é que – te garanto – não vão acordar. São personagens principais do conto da bela adormecida. Aqui não há príncipes nem princesas, nem beijos milagrosos. Não há beijos nem estaladas.
Nesta era das máquinas não há resposta a estímulos. Há resposta a comandos instruídos por alguém.
A Era humana acabou. Hoje somos subjugados às máquinas e eu…sou apenas mais um rosto sem nome.

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