Subtilmente amando

Não me canso de escrever as palavras, não me canso de ouvir quem me quer bem. O sorriso das coisas e as oportunidades que não perco fazem-me viver num mundo de sol e chuva tão completo e verdadeiro. A cruel realidade que às vezes dói também é responsável pela mais louca sensação de respirar o teu arfar bem perto do meu.
Não me canso de descrever o teu sorriso e lembrar esse teu jeito quando nem reparas em mim. Esse teu olhar que cruza o meu quando se afasta. Tão rápido acontece como te sinto mais próxima. Sinto e é um presente estendido do passado. Que seja um futuro dourado…olha que seja o que tiver de ser, desde que dê para sorrir contigo e com todos os outros que nos fazem sorrir.
Enchemos o corpo de histórias que não são nossas, essas que partilhamos, contamos, trauteamos. Sorrio neste momento porque lembro os sorrisos que esboçamos e os risos que soltamos quando alguém é causa de mais uma controversa conversa.
O “nós” é um mundo secundário e sem tanta importância, mas sabemos que tem importância. Estarmos ali de mão dada com o tempo a fugir-nos, sem que a conversa se acabe e nos mande de novo embora. Nós queremos aquilo, vivemos aquilo. A lua é nossa testemunha e vê o que amamos, mas não nos amamos.
Gostava de poder partilhar o mesmo significado das coisas contigo, gostava de poder ouvir a mesma canção e um dia conjugar os sonhos de pedaços únicos da terra. Seres humanos que fazem as suas vidas jamais terão sonhos como os nossos porque nós somos simplesmente nós, não há ninguém como nós.
Somos pedaço de uma parte que ainda ninguém tem e vamos ser os primeiros. Mas mesmo assim, vamos ter de esperar a nossa vez. Nesta noite não te posso dizer o que sinto porque vejo nos teus olhos que ainda não me amas, mas quando sentires a verdade de que me podes amar um dia, espero ainda estar sentado no passeio à entrada do teu portão para que o meu sorriso seja teu.

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