domingo, 9 de dezembro de 2012

Uma alma perdida num dos teus barcos

Navegas pelos meus sentimentos sem nunca pedires permissão e julgas-me feroz e forte. Inofensivo e capaz de suster todos os teus passos. Mas a pressão é imensa, como uma chama em ferro.
Comecei a derreter a alma e a perpetuar que a minha sorte é o meu maior azar. Tão protegido, de tal forma, que nunca serei magoado. Porque a sorte de nunca me magoarem faz com que seja o azar de nunca ter ninguém.
E aí, apareces tu de soslaio bem tímida. Tocas-me no coração e sorris. Sabes bem que isso é gelo que se transforma em água. Transparente fica o meu mundo ao teu olhar. Não me entregas o teu coração e nunca mo entregarás. Na verdade o que queres de mim não é tanto quanto eu de ti almejo. Destróis os meus sonhos e tudo acaba com uma onda a rebentar num rochedo.
Sinto a brisa marítima e ao longe avisto um barco que me transporta o sossego. Fiquei preso nele e a bussola que me guiava deixou de funcionar. O norte mudou com o clima e penso já ter mudado de maré.
Sempre que fecho os olhos, preferia ter-te longe, mas estás lá como doce veneno a atormentar-me. Cruel doença que jamais se apaga. A crónica devia acabar aqui.
Mas tu não desistes. Batalhas por tanto que eu nunca irei saber. E continuarei a sofrer (por ti).
Até que um dia encontre o caminho para casa.

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