segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os meninos da Rua São Valentim

Eles cresceram juntos, viveram juntos, estiveram sempre juntos, dentro da mesma comunidade. Claro, não eram irmãos, nem tampouco namorados.
Vinham de duas famílias que se conheciam há bastante tempo e que viviam na mesma rua.
Quando nasceram, foi um enorme explosão de alegria, sensivelmente mais velho um que o outro, o rapaz não aparentava em nada ser mais novo, pois dotado de sabedoria e esperteza, era capaz de dar volta a qualquer situação, já a rapariga, era simples, de valor interiores muito fortes e de um coração do tamanho do mundo.
Ele era rebelde, ela já era mais sossegada, mas eram companheiros de estrada, companheiros de escola e companheiros de um Amizade sem valor calculável.
Ambos viveram momentos especiais, até ao tempo em que a idade já os levava a tomarem as suas decisões, decisões como para onde ir, para onde sair, com quem sair.
Mas, não se afastaram, cada um viveu a sua vida, dentro do mesmo grupo de amigos, dentro das mesmas alegrias, mas tinham outras pessoas que preenchiam os seus corações.
Por incrível, o rapaz até nem teve muita sorte, além de casos perdidos, foram casos que apenas lhe ensinaram algumas coisas da vida, mas ficou por aí, era um solitário e até gostava disso. Já ela, tentou buscar a felicidade e tentou encontrar o tal, tantos e quantos foram que lhe amarrotaram o coração e magoaram a pobre menina.
Hoje, eles são namorados, aliás, sempre o foram, mas nem eles o sabem. Sentem ambos o mesmo por dentro, mas aquela amizade de sempre eleva-se mais e não os deixa fluir outros sentimentos. Entre eles, nasce a palavra amor, entres os seus olhares há um fogo que não se vê.
Nos seus peitos o coração quase arrebenta, mas eles não o deixam sair, apenas aguentam, calados.
Estão a perder o tempo das vidas deles e nunca se falam.
Medo de perder, medo de ficar sem aquela pessoa que jamais sobreviveram sem a sua companhia. A confusão que vai nas suas cabeças baralha qualquer sentido, mas não se assumem, deixam-se ser condenados pelo massacrar do tempo.
Continuam amigos, e hão de o ser eternamente, mas o amor deles, um dia morrerá, um dia vai magoar alguém, e quando se aperceberem, será tarde de mais.
O medo acabou com o amor deles e assegurou apenas a amizade.

[Foto by Davila]

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, mesmo ...

Anônimo disse...

ui muito complicada esta vida!!!!!

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