- Sim, sou eu!
Samantha ficou ali a olhar para ele sem saber o que dizer. Ryan aparecera ali e ela só reparou naquele momento que não estava preparada para o enfrentar e muito menos para lhe explicar qualquer coisa.
Ele percebeu que ela não estava a acertar com a melhor palavra para poder dizer algo. Ajudou-a a relaxar e deu-lhe a mão, levou-a até ao mar, onde já quase não se via o sol, o vento frio soprava do mar e eles estavam ali.
Naquele rochedo, que muitas das vezes tinha sido o seu ponto de descontracção e que lhe tinha ajudado a passar os últimos dias, Ryan voltou-se para ela e perguntou:
- Então como está o teu irmão?
Meia atrapalhada e confusa responde-lhe:
- Bem, ele está bem!
Estava na cara que quem não estava bem era Ryan. Mas que pergunta mais estúpida e mais insensata de se colocar. Numa altura daquelas, que as coisas estavam totalmente baralhadas e precisavam de ser esclarecidas.
Naquele segundo, volta a soprar mais uma rajada de vento e ela que não estava a contar sequer ir até ali, já sentia frio. Ele despe o seu casaco e cobre-a. Sentam-se ambos na areia a ouvir o mar. O silêncio entre eles só não era possível porque o mar cantava para eles.
Breve instante em que ao longe se ouve uma guitarra. Alguém a recitar um poema de amor à namorada. Eles escutam e continuam a não dizer nada.
No regresso a casa, poucas são as palavras gastas por ambos.
Fica tanto por dizer e tanto por explicar. Em branco ficaram as palavras de Samantha e Ryan voltou a não conseguir escrever nada naquela sua página.
[Foto by Everybody Sucks]
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