- Olha lá! Tu tiraste alguma formação para lidar com as crianças ou aprendeste tudo isso nalgum sítio?
- Não, simplesmente já nasci assim. Gosto daquilo que as crianças me dão.
A questão não o incomodara. Era apenas mágico ver um segundo do seu tempo. Ele não brincava com as crianças, ele fazia parte do seu mundo, do seu sorriso. As tardes incansáveis de mão dada e sempre ao lado daquele miúdo que se vê no seu mundo repleto de liberdade. Por mais repetitivo, nada o demovia. Um sorriso e realizava tudo de novo. Para os mais novos era “só mais uma vez” e para ele era encher os pulmões num só suspiro e respirar uma tremenda alegria. Só esta que eles podem dar.
Os olhos da inocência são bravos e cúmplices de uma plenitude universal. Inocentes no sentido lato de um refúgio seguro contra bombas e pandemias.
- Tu és especial!
Não havia resposta. Apenas o sorriso devolvido ao avô que vê o seu neto tão divertido como nunca.
Quando, por fim, a conclusão se torna “não quero mais” ele sorri e fica surpreso quando recebe um abraço inesperado. É o obrigado por fazer parte do seu mundo e aí, sente-se amado.
No fim, o que é que as crianças lhe davam? ALEGRIA, como mais ninguém pode dar.
[Foto by Dancretul]
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