Sinto-me alguém, mas sinto-me sem ninguém. Vivo tudo e
desenho nada. O importante gastou-se no tempo e o hospício já não sei dele.
A chuva que cai são gotas isoladas de um tanto que nada
é. Um tanto que já foi como o nosso tudo que foi, outrora, algo na marca da
história. Aquele aglomerado de momentos prensados por um livro velho, a
história das nossas vidas.
O velho acordar já é um novo amanhecer. Sol enterrado na
minha face através de um espelho. Luz que me ofusca. Seduz. Turbilha.
Naquela valsa que ambos dançamos, sabias bem quem eu era.
Sabias tudo sobre mim e cuidavas. Tratavas. Eras-me proteção sob fogo.
O ar tornou-se pesado para a respiração que me sustem a
um passo de ti. Mesmo que já tenhas desistido, as curtas palavras mantém-se.
Sou o único que te será aquele.
Apesar de saberes, resistes. Debates e ripostas. É o teu
tenebroso jogo emocional que me destrói aos poucos. O mesmo que me faz levantar
e querer-te de novo.
Devolves-me o olhar de sempre e amamo-nos de novo. Como
sempre foi, sem interrupções. Tal como o destino assim o quis. Eternos.
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