sexta-feira, 24 de agosto de 2007

7 Rosas

Foi então que recebi a noticia, soube daquela infelicidade tão grande e pronto, coisas da vida.
Chegar aquela casa e sentir todo o respeito que ali era prestado, sentir as lágrimas de todos a correr como falta daquele que ali já nada fazia.
Corpo estático e frio, estava ali um defunto como tantos outros, mas estava ali um senhor que sorria e dava o ar de sua graça, lembro que sempre que lá ia, em sua casa era uma alegria, sempre com um espírito para ajudar e dar um contributo de alegria.
Foi o culpado de sua própria morte, seria medo, seria preocupação, seria ele a causar o seu próprio mal. Soube que não estava bem e que necessitava urgentemente de uma cirurgia mas tal facto não foi consumado, ele calou-se e nada disse, remeteu-se ao silêncio e desde então jamais sorriu.
Como podia a família saber? Era impossível e tantos anos de trabalho por aquelas 7 rosas que hoje pegam o seu caixão, que hoje choram pela perda do seu pai, que hoje questionam o porquê de tanta coisa.
É a perda grandiosa da mulher, que pelo amor prestado, queria ajuda-lo até mesmo no sofrimento, mas ele ficou calado e hoje, é enterrado.
Naquele dia, os choros confundiram-se com os berros de angústia e raiva, gritos de revolta pela tremenda injustiça.
Acompanho a mulher até a cova, e nesse pequeno tempo toda a vida é ali relatada no meio de berros e choros, seguro-a com toda a força que tenho, e ela apenas diz que ele teve o que quis, ele quis vir para Portugal e cá ficar, quis guardar a dor para ele e assim foi.
Uma nova casa, um novo lar, olhei em torno de mim e tudo estava de lágrimas, ninguém continha a desilusão de certa pessoa, e aquelas 7 rosas, hoje serão a vida que o pai não quis.

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