sábado, 5 de dezembro de 2009

Noites Frias

Lembro que todos os Natais vivo ocupado, todos os Natais vivo com alguém presente dentro de um mundo redondo, pintado de vermelho e enfeitado com os valores de alguém especial.
A cada Natal que passa dou um presente, escrevo uma carta e choro uma lágrima de sangue. A cada momento junto da árvore de natal solto um suspiro, lembro sempre os últimos dias e encho mais esse mundo com aventuras e futuros que nunca acontecem, futuros que acabam sempre por não fazer parte da realidade.
Olho mais uma vez as luzes daquela cidade onde já não vivo, a cidade que não me pertence, mas continua a ser a cidade onde cresci, a cidade que sempre considerei como o meu refúgio e o meu lar, agora, não passa de uma cidade.
O frio que se sente lá fora congela-me o coração, bloqueia tudo o que sinto e as lágrimas voltam a queimar os olhos verdes de um rapaz solitário. Mais uma vez recordo os caminhos que fiz e passei, os caminhos que tracei como certos num futuro que nunca apareceu, caminhos que deixaram de o ser quando alguém rasgou aquela folha de papel com uma história inacabada.
É sempre assim que funciona o Amor, nunca é aceite nem dado, podemos ter sorte ou não, mas no Natal, se não houver magia não vai haver um momento como aqueles do cinema.
As histórias vão-se apagando no passado e esquecendo-se nos dias frios de um Inverno que não quer saber se custa para alguém viver amargurado por um passado inexistente de alegria com alguém que amasse.
Desta vez, tudo vai ser diferente, tudo vai ser igual. Desta vez, encolho-me nos lençóis de uma cama, sozinho, vivendo essas noites frias, esperando que o tempo passe levando o que resta de mim.
Nestas noites de Natal, estou entregue à luz de um destino incerto. Nestas noites, vivo o frio de um momento ermo.

0 comentários:

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin

beruby.com, o portal que partilha os seus rendimentos

 
Design by Vitor Alves |*| Sente-te em casa!