terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um momento...meu amor!

Já não pinto…deixei a aguarela no chão e olhei apenas o céu porque hoje a vontade de viver morreu diante do meu jardim. Este pequeno espaço verde rodeado de orquídeas e copos de leite tornou-se um pântano sem esperança. Para mim, as nuvens apareceram e o sol escondeu-se atrás da lua, atrás da Rainha majestosa que pintei aqui há dias.
Já não escrevo…romances como no passado. A pena já nem sequer é usada e a tinta secou. O pergaminho perdeu a postura e a vontade morreu com o tempo que me roubou a inspiração e o amor da minha vida. As linhas tornaram-se implacáveis e nem consigo entender onde devo escrever nem o que dizer. Aquilo que outrora fora a minha maior virtude, agora estava a levar-me para uma cova moribunda e deprimente.
Já não canto…melodias de embalar. A minha voz engoliu as lágrimas sangrentas da guerra interior que o meu coração travou silenciosamente. Agora, já nem quero viver para contar a história amanhã. Agora, desistir é mais fácil que lutar, é mais fácil que levantar-me. A garganta está grossa e custa-me a engolir.
Já não sofro…porque deixei de viver. Este é o momento em que desisti de todas as minhas lutas e de todas a minhas promessas. O fardo que carrego está agora no chão. Já não adianta reclamar ou lamentar, não vale o esforço qualquer algoritmo momentâneo. Voltar a tentar era saber que ia errar de novo. Virei costas ao que era suposto. Viro costas ao que me estava destinado.
Já não é meu.

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