Dormindo com (a) esperança

Choras em silêncio as mágoas de alguém que já te fez sofrer. Alguém que, sobretudo, já te fez feliz.
Agora que foste, mais uma vez, desapontada pelo destino e pelo inoportuno acaso. Vais largar tudo, tirar essas roupas, olhar-te ao espelho e tentar perceber o que és. A nu, vais tentar entender aquilo que és, mas ninguém consegue ver aquilo de que é capaz. Já não há guerreiros nem heróis. Morreram os bandidos e tu ainda não percebes.
Deitas-te só, numa cama deserta e não te cobres esperando que o frio te ataque e faça sentir coisas arrepiantes. Pões à prova os teus limites e jogas no risco.
Lamentas demasiado a tristeza e estás a deixar de viver. Deixas-te levar pela rotina e pelo trabalho e as vontades morrem como sonhos quando acordamos.
Não há sempre uma luz, mas vai haver alguém que te estenda a mão, que te escute, que pare para te oferecer um gelado. Alguém que te ame.
Até posso ser eu, contudo, somos milhares no mundo e haverá alguém que acredite em ti, que te dê valor e que diga que vai ficar do teu lado.
Se acreditares um pouco mais em ti, vais perceber que todos os outros também o vão fazer. Vai haver mais alguém a sorrir e a dar-te o “bom dia”, vai haver alguém que simpatize contigo mesmo sendo alguém desconhecido.
Tem fé e enche o coração de esperança. Mais ainda! Mais do que a que tens. Expande o teu mundo e deixa-te ser feliz. Deixa que a tua vida melhore.
A trela que seguras está ligada a ti, sabes bem que és responsável pelo que cativas, então cativa a felicidade e amanhã acorda a sorrir…

…a meu lado.

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